terça-feira, 22 de agosto de 2017

CULTURA NO ESTADO NOVO

Durante o Estado Novo, observamos a criação de uma série de mecanismos de censura que representavam a instalação de um regime ditatorial no Brasil. Contudo, ao contrário do que se possa deduzir, essa situação de ordem restritiva não implicou na diminuição das manifestações culturais pelo país. Entre as décadas de 1930 e 1940, observamos uma eclosão do uso dos meios de comunicação e o consequente desenvolvimento de várias manifestações artísticas.

Sem dúvida, o rádio ocupou uma posição privilegiada, no qual as estações disseminavam novelas, programas de auditório e notícias. Aproveitando-se da popularização do veículo em questão, o governo de Vargas estabeleceu a criação de rádios, agências de notícias e programas que disseminavam as ações oficiais. Entre os programas mais conhecidos estava a “Hora do Brasil”, transmitido para os quatro cantos do território e precursor do ainda veiculado “A voz do Brasil”.

No mesmo embalo dessas ondas, o rádio abriu caminho para que uma expressiva geração de cantores, músicos e compositores ficasse conhecida pelo país. Nomes como os de Francisco Alves, Dalva de Oliveira, Orlando Silva, Nora Ney, Emilinha Borba, Vicente Celestino, Jorge Goulart e Marlene, compunham um time de estrelas que ganhavam fama com a gravação de marchas, boleros e sambas-canção. Usufruindo da situação, o governo incentivava a composição e a gravação de canções ufanistas.

Pelos grandes centros urbanos da época, observamos a organização de uma agitada vida noturna, em que os cassinos, o teatro de revista e os bailes promoviam as atrações de uma época lendária para a boemia. Ao mesmo tempo, as salas de cinema apareciam divulgando as produções hollywoodianas e os enredos de um meteórico cinema brasileiro, apoiado pelas instituições oficiais e marcado pela ação de companhias de cinema, como a Atlântida e a Cinédia.

Na arquitetura, a figura do jovem Oscar Niemeyer despontava na elaboração de projetos arquitetônicos que mudaram a paisagem de Belo Horizonte e, posteriormente, da nova capital federal, Brasília. Passando às letras, vemos uma impecável geração de modernistas traçando uma nova forma de se pensar o seu tempo, na busca por temas de peso inovador. Entre outros escritores, destacamos o surgimento de Graciliano Ramos, Jorge Amado e Clarice Lispector.

Com a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial, observamos que o controle imposto pelo governo sob as manifestações culturais e os meios de comunicação, alcançaram um delicado limite. Afinal, nossa ditadura estava engajada na luta em prol da democracia no Velho Mundo. Em face de tamanha contradição, Getúlio Vargas viu-se obrigado a aceitar os trilhos da redemocratização brasileira.

Trabalhadores que pedem pela permanência de Getúlio Vargas no poder (Movimento Queremismo)

O rádio como principal veículo de informação

Getúlio Vargas



Referências bibliográficas: Prof. Rainer Sousa , Mestre em História.

RESPONDA AS QUESTÕES ABAIXO COM BASE NO TEXTO ACIMA:
1. QUAL A IMPORTÂNCIA DO RÁDIO NO ESTADO NOVO?
2. CITE OS ARTISTAS QUE FIZERAM SUCESSO NO RÁDIO.
3. COMO ERA A VIDA CULTURAL NOS CENTROS URBANOS NA ÉPOCA MENCIONADA?

VOCÊ DEVERÁ ENTREGAR ESTA ATIVIDADE POR E-MAIL (historiasdegriot@gmail.com) OU EM FOLHA SEPARADA ATÉ O DIA 30/08/2017

sábado, 24 de junho de 2017

CORREÇÃO DOS EXERCÍCIOS - 9º ANO

1. Após a Primeira Guerra Mundial, os americanos emergiram como potência mundial, a sociedade americana passou por um período de prosperidade econômica, com alto consumo, produção em larga escala, etc. Com o crescimento acelerado, a Indústria passa a produzir muitos produtos procurando saciar o mercado interno e externo. Empresários passam a investir no mercado de ações, gerando especulação financeira. No momento em que muitas ações foram colocadas a venda e sem ter nenhum comprador, a bolsa de NY quebra.

2. Os Estados Unidos eram o maior comprador do café brasileiro, com a crise econômica, os americanos suspenderam as importações do café, gerando a queda do preço do produto e a crise nos produtores de café.

3. O presidente Roosevelt limitou a produção ( para que não houvesse sobra no mercado), reduziu estoques agrícolas, concedeu empréstimos às fábricas para que pudessem voltar a produzir, reduziu a jornada de trabalho, buscando aumentar as possibilidades de emprego, população empregada, gera poder de compra e aumento no consumo. Fixou salário mínimo, aumentou imposto dos ricos, emitiu moeda, investiu em obras públicas;

4. A crise econômica causou polarização política, o socialismo ganha força na Europa, gerando medo por parte da população. A burguesia passa a apoiar regimes totalitários de caráter nacionalista, militarista, anti-comunista e autoritário.

5. Após a humilhação da assinatura do Tratado de Versalhes, a Alemanha foi considerada a única culpada pela guerra, perdendo territórios, perdendo seu exército e tendo que pagar dívidas. Dentro do contexto de crise, surgem figuras consideradas "salvadoras da pátria", Adolf Hitler é um exemplo disso. O seu discurso de nacionalista e de revanchismo mobilizou a Alemanha,

6. A propaganda teve a função de doutrinar a população, de disseminar as ideias do nazi-fascismo, procurando mobilizar a população e fazendo com que ela apoiasse incondicionalmente as ações do regime nazista.

7. A busca por mercados consumidores, matéria prima barata e influência política contribuíram para que as potências europeias estivessem num constante barril de pólvora pronto a explodir.

8. As potências europeias não fizeram nada para impedir as ações de Hitler, pois estavam interessadas no impedimento do crescimento do socialismo, Inglaterra e França cederam às investidas dos alemães, interessadas, principalmente em impedir o crescimento do socialismo soviético.

9. A Batalha de Stalingrado foi a maior batalha da segunda Guerra mundial, os soviéticos venceram a batalha e quebrando a invencibilidade alemã.

10. A partir da Primeira Guerra Mundial, o mundo inaugura uma nova forma de se fazer guerra. A ideia é de inimigo totalmente destruído. O nacionalismo foi usado como um combustível nocivo. Vidas são destruídas em nome de uma bandeira. A utilização de armas químicas mortais e a morte de milhares de civis só mostra que ao longo do século XX, a humanidade passou por um processo de desumanização.

domingo, 21 de maio de 2017

ATIVIDADE FILME TEMPOS MODERNOS

Observações importantes:
1. você pode enviar sua atividade para o e-mail historiasdegriot@gmail.com  (colocando no campo assunto NOME TURMA NUMERO)
2. Ou entregar em folha separada para a professora.

Após a exibição de parte do filme e com base em seus conhecimentos sobre Revolução Industrial, responda as questões propostas.

1. No filme  "Tempos Modernos" como funcionavam as fábricas e como era a vida do trabalhador durante a segunda revolução industrial?

2. Analise as desigualdades sociais da época, os direitos trabalhistas e a exploração da mão de obra.

3. Fazendo uma reflexão sobre os problemas da classe trabalhadora nos dias de hoje, quais os problemas que ainda persistem no cotidiano dessa classe operária?

sábado, 4 de março de 2017

Mulheres na Guerra

Falar sobre mulheres para muitos ainda parece algo novo. Pouco se lê sobre elas nos livros de História. É sempre pequena sua participação em filmes históricos e pouco se ouve sobre elas em palestras e aulas. E, quando falamos sobre mulheres e guerras, a ideia soa quase antagônica. Mas, afinal, elas participavam dos conflitos? Estavam presentes em que níveis e com quais funções? Eram convocadas ou se voluntariavam?
A ideia da mulher em combate não é produto do século XX. Atualmente estamos rodeados de notícias e reportagens que marcam conquistas importantes das mulheres no cenário militar, no Brasil e no mundo. São nomeações de oficiais; pilotos de aviões comerciais e militares; a obrigatoriedade do serviço feminino em Israel, dentre vários outros. As conquistas dos direitos das mulheres são, hoje, resultado de lutas que atravessaram décadas e venceram preconceitos, mas que ainda têm muito que avançar – inúmeros são os debates e críticas sobre mulheres se tornarem militares e atuarem em conflitos. Muitos consideram inaceitável uma mulher presente no front como combatente. No entanto, há muito exemplos através dos séculos.
Na Idade Média, período em que vários conflitos aconteceram na Europa, as mulheres puderam provar suas habilidades militares como cavaleiras. Entre mito e história, elas foram líderes importantes. Joana D’arc foi uma camponesa francesa que comandou parte do exército francês na Guerra dos Cem anos (1337-1453) e se tornou santa e mártir da França; Maria Quitéria foi a primeira mulher a servir oficialmente ao exército brasileiro na Guerra do Paraguai (1864-1870); Boudica foi rainha do povo britânico celta e comandou os icenos contra a dominação romana na Bretanha (ano 60 ou 61 d.C.). 
Contudo, a participação das mulheres nas guerras é lembrada por conta de sua presença maciça nos esforços de guerra, trabalhando em fábricas de armamentos e munição, e em posições que tradicionalmente seriam ocupadas pelos homens. A participação feminina teve grande importância nas duas grandes guerras mundiais – tanto por sua proporção quanto pela condição que a mulher vinha ganhando socialmente.
A primeira guerra mundial (1914-1918)
No final do século XIX e começo do século XX, a Europa assistia a um fortalecimento dos movimentos feministas. Mulheres reivindicavam maior participação política e maior espaço no mercado de trabalho. O trabalho nas fábricas resumia-se aos setores têxteis, às escolas e a alguns postos do governo. No âmbito doméstico, trabalhavam como faxineiras, babás ou em creches. A Primeira Guerra Mundial, no entanto, interrompe o movimento, ao mobilizar as mulheres para o esforço de guerra. Na Grã-Bretanha, elas foram trabalhar em fábricas e em serviços auxiliares, e ainda foram convocadas para compor o efetivo de grupamentos femininos das diferentes forças armadas. Entretanto, elas recebiam bem menos que os homens pelo mesmo serviço.
Nas fábricas, trabalhavam na produção de armamentos e munições, embalagens, ferramentas. Toda a indústria estava voltada a suprir às necessidades da guerra. Nos serviços auxiliares, trabalhavam como bombeiras, guardas de trânsito, paramédicas, motoristas. Os exércitos criaram órgãos exclusivamente femininos para liberar os homens do serviço administrativo. Neste período, as mulheres provaram suas habilidades em todos os setores. Quebrando recordes de produção e como exemplo de eficiência, construíram um legado que viria a se repetir na Segunda Guerra Mundial.
Em 1918, a Primeira Guerra Mundial chegou ao fim e, com isso, os órgãos femininos foram sendo pouco a pouco desmobilizados. O motivo principal dado pelas forças armadas foi que seria muito custoso manter instalações e a organização própria dos órgãos, que já não teriam funções de existir, já que os homens retornavam do conflito. Nas fábricas, os desligamentos não foram totais, mas significativos. Pesquisas mostraram que, ao final da guerra, as mulheres voltaram para o ambiente familiar, tamanha tragédia e sofrimento trazidos pelo conflito.
A segunda guerra mundial (1939-1945)
Em 1º de setembro de 1939, com a invasão da Polônia pelos alemães, a Segunda Guerra Mundial foi oficialmente declarada, e novamente as mulheres foram convocadas a trabalhar. A experiência da Primeira Guerra foi aproveitada e intensificada, e, já em 1940, o número de mulheres empregadas nas fábricas atingiu a capacidade máxima. A quantidade de órgãos militares praticamente dobrou e, em todos os cantos do mundo, elas apareceram como soldadoras, enfermeiras, pilotos de aviões, motoristas, secretárias, datilógrafas, etc.. Enfim, estavam em toda parte.
As funções femininas eram específicas em cada país. Na maioria dos países aliados, as mulheres eram convocadas para todas as frentes de trabalho, desde o setor industrial até os exércitos. Já a Alemanha manteve, por muito tempo, centros onde as mulheres serviam como “reprodutoras e perpetuadoras da raça pura” – os lebensborn. Apesar das diferenças, todos eles tinham algo em comum: as mulheres não tinham a permissão para atuar na linha de frente, como combatentes.
Na URSS, entretanto, aconteceu o contrário e houve registros de mulheres combatentes desde o século XIX. A franco-atiradora Lyudmila Pavlichenko e Marina Raskova, pilotos bombardeiros, são sempre lembradas quando se fala da participação de mulheres na Segunda Guerra Mundial. Raskova também liderou um dos esquadrões de bombardeio noturno, apelidado pelos alemães de Bruxas da Noite, tamanha a destreza dos pilotos nos ataques aéreos. Muitas foram condecoradas como heroínas de guerra.
No Brasil, a participação das mulheres se deu por meio do envio de 73 enfermeiras para ajudar a Força Expedicionária Brasileira (FEB), em missão na Itália.
Com o fim da Guerra, em 1945, o esforço de guerra foi desmobilizado e as mulheres retornaram, mais uma vez, ao ambiente doméstico. A maioria dos órgãos militares, exclusivamente femininos, voltou a surgir somente no final do século XX.
Continuidade
Qual teria sido o impacto da participação das mulheres no esforço de guerra? A despeito da mobilização dessa força de trabalho ter, até certo ponto, desarticulado momentaneamente os movimentos feministas, não há dúvida de que as guerras deram espaço para que as mulheres pudessem mostrar suas habilidades, testar capacidades e expandir seus limites de atuação para muito além do ambiente doméstico. 15 anos após o fim da Segunda Guerra Mundial, o movimento feminista surge com força, dando início a uma segunda onda de lutas e reivindicações, mais voltadas para a politização do papel social da mulher e para o combate às estruturas sexistas de poder. Até hoje luta-se por direitos iguais de remuneração e cargos.
Por Ana Claudia R. Costa D. Mello (professora e pesquisadora da Unirio)

Após a leitura do texto, responda as questões abaixo:
1. Como foi a participação da mulher na Primeira Guerra Mundial? 

2. Qual o impacto da participação das mulheres no esforço de guerra?

3. Ainda hoje, século XXI, há muita luta no que se refere aos direitos das mulheres. Escreva um texto de no máximo 10 linhas, abordando todos os problemas enfrentados pelas mulheres em nossa sociedade.

sábado, 9 de julho de 2016

ATIVIDADE DE RECUPERAÇÃO (2º BIM) - T.1904 - E.M. BALTAZAR LISBOA

ESTUDO DIRIGIDO DE RECUPERAÇÃO

1.EXPLIQUE COM SUAS PALAVRAS O QUE FOI A CRISE DE SUPERPRODUÇÃO AMERICANA.
2. QUAIS AS MEDIDAS TOMADAS PELO PRESIDENTE ROOSEVELT NO PLANO NEW DEAL?
3. CARACTERIZE A IDEOLOGIA NAZI-FASCISTA.
4. QUAL O CONTEXTO HISTÓRICO DA EUROPA ANTES DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL?
5.O QUE FOI A POLÍTICA DO APAZIGUAMENTO?
6. QUAIS AS ALIANÇAS FORMADAS NA SEGUNDA GUERRA?
7. QUAL O REAL OBJETIVO DOS AMERICANOS AO LANÇAREM AS BOMBAS ATÔMICAS NAS CIDADES JAPONESAS?

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

A Lei de Terras e suas consequências.

Lei de Terras, como ficou conhecida a lei nº 601 de 18 de setembro de 1850, foi a primeira iniciativa no sentido de organizar a propriedade privada no Brasil. Até então, não havia nenhum documento que regulamentasse a posse de terras e com as modificações sociais e econômicas pelas quais passava o país, o governo se viu pressionado a organizar esta questão.
A Lei de Terras foi aprovada no mesmo ano da lei Eusébio de Queirós, que previa o fim do tráfico negreiro e sinalizava a abolição da escravatura no Brasil. Grandes fazendeiros e políticos latifundiários se anteciparam a fim de impedir que negros pudessem também se tornar donos de terras.
Chegavam ao país os primeiros trabalhadores imigrantes. Era a transição da mão de obra escrava para assalariada. Senão houvesse uma regulamentação e uma fiscalização do governo, de empregados, estes estrangeiros se tornariam proprietários, fazendo concorrência aos grandes latifúndios.
Ficou estabelecido, a partir desta data, que só poderiam adquirir terras por compra e venda ou por doação do Estado. Não seria mais permitido obter terras por meio de posse, a chamada usucapião. Aqueles que já ocupavam algum lote receberam o título de proprietário. A única exigência era residir e produzir nesta localidade.

Promulgada por D. Pedro II, esta Lei contribuiu para preservar a péssima estrutura fundiária no país e privilegiar velhos fazendeiros. As maiores e melhores terras ficaram concentradas nas mãos dos antigos proprietários e passaram às outras gerações como herança de família.

Com base no texto, responda as questões abaixo:
a) Qual o objetivo dos governantes quando assinaram a Lei de Terras de 1850?

b) A partir desta lei, determinados grupos sociais não teriam acesso a terra de forma mais fácil e justa. Que grupos sociais foram prejudicados com a lei? Justifique.

2. 
Atualmente o Brasil enfrenta muitos problemas no que se refere ao acesso a terra. Massacres indígenas, pequenos agricultores que são expulsos de suas terras, desmatamento em nome do agronegócio, etc. Escreva um texto de 10 linhas falando sobre os diversos problemas de acesso a terra no Brasil hoje.

terça-feira, 15 de setembro de 2015

A Constituição de 1824

1.

No dia 12 de novembro de 1823, o imperador Dom Pedro I impôs a dissolução da Assembleia Constituinte que iria discutir e elaborar a primeira carta magna do Brasil. Entre outras razões, o imperador executou tal ação autoritária temendo que a nossa primeira constituição limitasse seus poderes excessivamente. Em seu decreto oficial sobre o assunto, o imperador estranhamente alegava que os constituintes não defendiam a autonomia e a integridade da nação.
Após tal ato, D. Pedro I formou um Conselho de Estado composto por dez membros e presidido por sua própria figura. Esse pequeno grupo de apoiadores do rei foi responsável por discutir e elaborar a primeira constituição do Brasil, outorgada no dia 25 de março de 1824. Sem qualquer tipo de participação política mais ampla ou observância de outro poder, o país ganhou uma carta constitucional claramente subordinada aos interesses do rei.
Visando oferecer uma aparência liberal, a Constituição de 1824 empreendeu a divisão de poderes políticos entre Legislativo, Executivo e Judiciário. Entretanto, a mesma lei que oficializava essas esferas de poder autônomo, também instituiu a criação do Poder Moderador. Exercido unicamente pela figura do imperador, esse poder tinha a capacidade de desfazer e anular as decisões tomadas pelos outros poderes. Desse modo, nosso governo combinava ambíguos traços de liberalismo e absolutismo.
O sistema eleitoral era organizado por meio de eleições indiretas, onde os eleitores de paróquias votavam nos chamados eleitores de províncias. Esses, por sua vez, votavam na escolha dos deputados e senadores. Para exercer tais direitos, o cidadão deveria pertencer ao sexo masculino e ter mais de 200 mil-réis anuais para poder votar. Desse modo, percebemos que o sistema eleitoral do império excluía grande parte da população.
Tomada por suas desigualdades, a Constituição de 1824 estava longe de cumprir qualquer ideal de isonomia entre a população brasileira. O imperador tinha amplos poderes em suas mãos e poderia exercê-lo segundo suas próprias demandas. Não por acaso, vemos que essa época foi tomada por intensas discussões políticas e revoltas que iam contra essa estrutura de poder fortemente centralizada. De fato, essa constituição só perdeu a sua vigência ao fim do período imperial.
Por Rainer Sousa, Mestre em História.

Com base no texto, responda as questões:
a) Qual a justificativa usada pelo imperador D. Pedro I para outorgar a Primeira Constituição do Brasil?

b) O que significava  o Poder Moderador?

c) Como estava caracterizado o sistema eleitoral nesta constituição?

2. 

Com base em seus conhecimentos e refletindo sobre a igualdade e o acesso a cidadania, analise a charge abaixo e responda:


A primeira constituição do Brasil era marcada por desigualdades e longe de cumprir o ideal de "todos iguais perante a lei". Hoje, a nossa constituição de 1988 garante a isonomia entre a população brasileira, mas sabemos que na prática o acesso à saúde, educação, moradia não é igual para todos.
Escreva um pequeno texto falando sobre as contradições da nossa sociedade, sobre o que é garantido na teoria e o que de fato temos na prática.